quinta-feira, 11 de junho de 2015

Déjá vu


DÉJÁ VU



Este é um dos maiores mistérios da psicologia e da neurologia. Déjà-vu é uma reação que faz com que sejam transmitidas ideias de que já esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, já se viveu aquele momento. O termo é uma expressão de origem francesa que significa “já visto”.


Alguns apontamentos de definição...
De acordo com alguns especialistas, essa sensação se dá por conta que uma memória ou uma simples lembrança de algo que aconteceu rapidamente fique armazenada na memória de longo prazo, sem passar pela memória imediata, ou seja, guardamos uma lembrança de algo, que “não presenciamos”. Ao presenciarmos novamente, temos a estranha sensação de já termos vivenciado aquele fato. Sabe-se que nossa memória às vezes pode falhar; nem sempre consegue distinguir o que é novo do que já era conhecido.

O sentimento associado ao déjà-vu clássico não é o de confusão ou de dúvida, mas sim o de estranheza. Não há nada de estranho em não lembrar-se de um livro que se leu ou de um filme a que se assistiu; estranho (e aqui entra no déjà-vu) é sentir que a cena que parece familiar não deveria sê-lo. Tem-se a sensação esquisita de estar revivendo alguma experiência passada, sabendo que é materialmente impossível que ela tenha algum dia ocorrido. Mas o que é mais intrigante nesta questão é o fato do indivíduo poder, nestas circunstâncias, experimentar esta estranha sensação de já ter vivenciado o que lhe ocorre, e além disso, também poder relatar (antes de uma observação) quais serão os acontecimentos seguintes que se manifestarão nesta sua experiência.

Quando a expressão déjà-vu saiu das publicações especializadas em neurologia e psicologia para entrar na imprensa comum, o público, atraído por sua tradução literal (“já visto”), passou a usá-la para designar aquelas situações em que a pessoa tem a sensação de estar vivenciando algo que lhe parece familiar. Assim, a expressão que na linguagem técnica associa à estranheza passou, na linguagem usual, a indicar familiaridade.

Com a popularização do termo, o déjà-vu passou a ser usado erroneamente e com banalização na mídia e, principalmente, nos filmes de Hollywood. Como dito anteriormente, o estranhamento proposto pela ciência passou a ser familiaridade pelo senso comum. Assim, a doutrina espírita interpretou o déjà-vu como sendo uma porta entre a vida atual e a vida passada (reencarnação); uma possível ligação com a vida que o indivíduo teve há muitos séculos, por exemplo.

Explicação da ciência...
O cérebro possui vários tipos de memória, como a memória imediata, responsável, por exemplo, pela capacidade de repetir imediatamente um número de telefone que é dito, e logo em seguida esquecê-los; a memória de curto prazo, que é aquela que dura algumas horas ou dias, mas que pode ser consolidada; e a memória de longo prazo, que dura meses ou até anos, exemplificada pelo aprendizado de uma língua. O déjà-vu acontece quando, por uma falha no cérebro, os fatos que estão acontecendo são armazenados diretamente na memória de longo ou médio prazo, sem passar pela memória imediata. Isso nos dá a sensação que o fato já ocorreu.



Tipos de déjà-vu...
O pesquisador Arthur Funkhouser elencou três tipos de déjà-vu, que são os seguintes:

1) Déjà-vécu – Normalmente usado como “já visto” ou “já vivido”. Todos já tivemos alguma vez a experiência de uma sensação, que surge ocasionalmente, de que aquilo que dizemos ou fazemos já o fizemos ou dissemos anteriormente há muito tempo, ou de que sabemos perfeitamente o que se vai dizer em seguida como se de repente surgisse da nossa memória. Quando a maioria das pessoas fala em déjà-vu, refere-se a situações de déjà-vécu. A experiência está geralmente associada a um evento muito banal, mas é tão forte que é relembrada por muitos anos após ocorrer. Na realidade o que algumas pessoas experimentam é ter sonhado com alguma situação ou lugar ou alguma pessoa e depois de alguns anos se deparar com tais informações e lembrar-se do sonho. Déjà-vécu refere-se a uma ocorrência que envolve mais do que a mera visão, pelo que é incorreto classificá-lo como déjà-vu. A sensação é muito detalhada, o sentimento é de que tudo é exatamente como foi anteriormente.

2) Déjà-senti – Esse fenômeno especifica algo “já sentido”. Mas sem o mesmo sentido de déjà-vécu. Ele é primeiramente ou igualmente exclusivo para um acontecimento mental, sem aspectos precognitivos, e raramente permanece na memória da pessoa logo depois. A recordação inicia-se sempre pela audição da voz de outra pessoa, ou pela verbalização dos pensamentos. Seria como um “claro, já me lembro”, pois a pessoa costuma viver situações assim frequentemente.

3) Déjà-visité – Essa sensação é menos comum e envolve um estranho conhecimento de um novo lugar. Quem passa por essa situação, pode conhecer tudo a sua volta em uma cidade que nunca tenha visitado antes. E ao mesmo tempo saber que isso não seria possível. Sonhos, reencarnação e até uma “viagem fora do corpo” não estão excluídas da lista de possíveis explicações para esse fenômeno. Alguns acreditam que ler um informativo detalhado sobre um lugar pode causar este sentimento quando se visita esse local mais tarde. Para diferenciar o déjà-visité do dejà-vécu, é importante identificar a causa da sensação. Déjà-vécu é uma referência a ocorrências e processos temporais. Enquanto déjà-visité tem mais ligações a dimensões geográficas e espaciais.



Sobre o jamais-vu...
Também vem do francês para “jamais visto”. A pessoa sabe que aconteceu antes, mas a experiência faz-se sentir estranha. Descrito frequentemente como o oposto do déjà-vu, os jamais-vu envolvem uma sensação de medo e a impressão de observador da situação pela primeira vez, apesar de, racionalmente, saber que estiveram na situação antes. Jamais-vu é associado às vezes com determinados tipos de amnésia e de epilepsia.

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